Chegam ao mercado os laptops e desktops com IA nos dispositivos, uma forma mais segura e personalizável do uso da tecnologia
Quando a pandemia de Covid-19 prendeu todo mundo em casa, os fabricantes de computadores celebraram uma explosão de vendas para empresas e pessoas que precisavam de mais e melhores máquinas para o trabalho remoto ou o ensino a distância. Entre 2019, antes dos lockdowns, e 2021, primeiro ano cheio de home office, o mercado de PCs cresceu mais de 30%
Como era de esperar, o boom tinha prazo de validade, uma vez que se trata de um produto caro e de vida útil relativamente longa, e a receita de gigantes como Lenovo, Qualcomm e Dell começou a cair.
Mas surge uma nova geração de terminais, trazendo chips com até 100 vezes mais poder de processamento do que as CPUs tradicionais, e que promete convencer milhões de consumidores a trocar novamente de computador: os AI PCs.
“Todos os novos PCs serão AI PCs até 2027”, vaticinou o fundador e presidente da Dell, Michael Dell, ao anunciar o lançamento da nova linha de computadores pessoais em Las Vegas. “Em pouco tempo, vamos chamá-los só de PCs, assim como chamamos os smartphones hoje simplesmente de telefones.”
O AI PC, como a sigla em inglês já diz, é o computador pessoal que tem um chip especializado em rodar ferramentas de inteligência artificial.
A IA ganhou o mundo em novembro de 2022, quando foi lançado ao público o ChatGPT, que prometia ajudar o usuário na pesquisa e criação de textos. De lá para cá, a evolução da ferramenta foi
rapidíssima, assim como o surgimento de concorrentes. Hoje, a criação de sons, vídeos e códigos a partir de uma conversa com o robô é uma realidade.
E o Brasil é o quarto país que mais usa o ChatGPT no mundo, com quase 6% do tráfico total da ferramenta de inteligência artificial generativa. O sucesso do modelo desenvolvido pela OpenAI é
indiscutível — atingiu 100 milhões de usuários em apenas dois meses, quebrando o recorde anterior de nove meses que o TikTok demorou para alcançar a marca. A adoção da IA no dia a dia, porém,
é muito mais lenta depois que a curiosidade inicial é saciada.