De acordo com uma pesquisa, quase metade dos americanos com mais de 18 anos sente que ‘dating’ se tornou mais difícil na última década.
Para Hazal Sirin, uma mulher de 34 anos de Istambul, na Turquia, marcar “dates” amorosos é como andar de montanha-russa.
“Você começa com grandes expectativas e entusiasmo, e depois vem a decepção”, diz ela. “É a mesma história para todos.”
Hazal diz que está solteira há quatro anos e desde então procura ativamente um parceiro.
Mas, segundo ela, seus esforços para construir um relacionamento não foram correspondidos — uma frustração, diz ela, que é compartilhada por amigos e amigas que enfrentam experiências parecidas.
Hazal diz que muitas pessoas deixam de demonstrar interesse ou cuidado pelo parceiro ou parceira, mesmo depois de alguns encontros.
Ela diz que sofreu “ghosting” em diversas ocasiões, o que ela acredita ser um sinal de falta de consideração ou empatia.
“Ghosting” é um termo usado para descrever a prática de encerrar repentinamente toda comunicação e evitar contato com outra pessoa sem qualquer aviso ou explicação.
Desencantada com suas experiências de namoro, Hazal diz estar convencida de que existem poucas pessoas que estão realmente comprometidas em buscar um relacionamento verdadeiro.
A decepção com “dates” na vida moderna é um tema polêmico nas conversas do dia a dia, seja na vida real ou nas redes sociais.
De acordo com uma pesquisa de 2019 realizada pelo Pew Research Center, quase metade dos americanos com mais de 18 anos sente que ir a “dates” se tornou mais difícil na última década.
As razões citadas para isso incluem o uso crescente de tecnologia e plataformas de namoro, riscos físicos e emocionais, a ideia de o namoro se tornar mais impessoal, a natureza casual do namoro hoje e a mudança nas expectativas sociais, na moral ou nos papéis de gênero.
Os resultados da pesquisa sugerem que a maioria das pessoas está insatisfeita com suas vidas amorosas e têm dificuldade em encontrar parceiros.
Declínio dos apps de namoro
Os aplicativos de namoro – que tentam facilitar que pessoas se conheçam – também parecem ter perdido o charme inicial.
Por exemplo, os downloads anuais do Tinder caíram mais de um terço em relação ao pico de 2014.
Outro aplicativo de namoro popular, o Bumble, afirma que seus usuários estão interessados em namoro com pouca pressão.
“Um em cada três usuários do Bumble nos EUA diz que está ‘namorando lentamente’ e indo em menos ‘dates’ para priorizar sua saúde mental quando se trata de namoro”, afirma o Bumble.
Estudos também indicam que os jovens estão sentindo uma espécie de cansaço emocional com aplicativos de namoro.
Mais de 90% dos indivíduos da Geração Z — pessoas nascidas entre 1997 e 2012 — se sentem frustrados com aplicativos de namoro, de acordo com a agência de pesquisa Savanta.
“O momento estranho em que nos encontramos é que os aplicativos estão em declínio, pelo menos culturalmente, mas ainda não surgiu um substituto”, diz Kathryn Lindsay, escritora de tendências da internet e cultura.
Ela argumenta que encontros sociais e conexões físicas também não ajudam a Geração Z.
Lindsay sugere que a pandemia exacerbou ainda mais este problema, já que muitos jovens da Geração Z não tiveram oportunidades para desenvolver habilidades sociais através de interações pessoais.